Lucy havia me explicado o motivo de deixar Sam e Joseph virem me visitar. E adivinhem só: porque eles foram muito fofos pelo fato de estarem se importando comigo. Então, falei para ela que Joseph só estava tentando-me “assediar” e que não havia tarefa de casa. E sabe o que ela respondeu? “Ora, mas que gracinha da parte dele. Você deveria investir no garoto, porque além de ser fofo e gente boa, tem uma beleza enorme” e sorriu. Fiquei atingida psicologicamente com o comentário dela. Enfim, falar com Lucy do meu romantismo para com os garotos estava fora de cogitação.



- Preste atenção, Lucy. Por favor, não os deixem virem mais aqui, certo? – pedi.



- Não posso fazer nada, querida. Se eles quiserem vir à nossa casa, o problema é deles e seu. Não sou eu que terei de inventar mentiras mesmo, então, não importa. – deu de ombros e levantou da cadeira. – E é melhor você se apressar. Não podemos perder a hora. Tenho sérios assuntos pendentes para resolver. – tomou o resto de seu café e dirigiu-se à porta.



- Como assim não se importa? Há muitas armas nos corredores. – levantei-me e a segui.



- Você inventou uma desculpa para elas, não foi?



Concordei com a cabeça.



- Então não terá mais problemas com as armas. – abriu a porta, saímos e a fechou.



Suspirei e mudei de assunto.



- Tá, mas o que são esses assuntos pendentes? – perguntei, andando ao seu lado, indo em direção ao carro.



- Assuntos que não lhe dizem respeito. – respondeu secamente.



- Espera. Oh, Lucy, não me diga que você é assassina de aluguel! – abri a porta do carona, ri e entrei.



- Mas é claro que não! – ligou o motor do carro.



Assustei-me. Ela realmente iria me matar do coração se continuasse fazendo essas aparições.



Pus o sinto de segurança.



- Não é necessário por o sinto de segurança. – olhou-me.



- Força do hábito, queridinha.



- Tanto faz. – Lucy arrancou, ligou o som e aumentou o volume.



Não acredito que Lucy estava ouvindo Fire Burning de Sean Kingston. Sério, eu nunca esperaria isso dela. Não que eu não gostasse de hip-hop, porque eu gostava.



- Não sabia que você gostava desse tipo de música. – apontei para o som.



- Há muita coisa que você não sabe de mim, querida. – respondeu e começou a agitar a cabeça conforme as batidas da música.



Olhei-a e meu queixo caiu, porque ela sabia cantar a música toda. Versinho por versinho.



- Pensei que você fosse o tipo de pessoa que só ouvisse músicas tediosas. – bocejei.



- Cale a boca! – sorriu e parou o carro. – Vamos, ande, saia do carro.



- Você pode me dizer, por favor, se o teletransporte existe? – tirei o sinto de segurança. – Porque assim, não irei me acostumar com essa rapidez nunca. – abri a porta e saí.



- Que velocidade? Para falar a verdade, acho esse carro bem lentinho. Estou pensando em trocar por um mais rápido, que tal? – sorriu com um ar de psicopata.



Revirei os olhos e fechei a porta do carro sem responder a sua pergunta. Virei às costas e caminhei em direção ao colégio, torcendo para que Joseph não estivesse me esperando como ele havia dito na noite anterior. Mas, como sempre, eu estava errada. Ele não só estava me esperando, como também estava com uma rosa branca em uma de suas mãos. E quando me viu, caminhou até onde eu me encontrava.



- Oi? – falou e sorriu.



- Oi... – respondi, olhando para o lado.



- Pensei que não viesse hoje.



- Pois é. Mas cá estou eu. – forcei um sorriso.



- Isto é para você. – mostrou a rosa e entregou-me, pegou uma das minhas mãos e beijou minha bochecha suavemente.



Sufoquei. Por que Joseph estava fazendo aquilo comigo? Aquela situação era muito tensa. Eu não queria que ele fosse adiante. Não mesmo.



Dei um passo para trás e cocei minha testa, com a rosa na mão direita.



- É melhor entrarmos. Está frio aqui fora. – consegui falar e olhei para o céu.



- O que houve? Você parece desanimada. – acariciou meu rosto, preocupado. – Não quer me contar? – pegou minha mão.



- Não, não quero. – afastei sua mão. – Vou entrar agora. – encolhi-me, caminhei para o portão do colégio e deixei o garoto com um ponto de interrogação na testa.



Eu não queria me apaixonar por Joseph. Não seria favorável, principalmente para ele, porque as pessoas que estão ao meu redor sempre sofrem, e eu não gosto disso.



- Você quer por a vida do gatinho em jogo? – reconheci a voz de imediato.



- Você não tem nada a ver com isso, loira. – respondi. – Você não entende minha situação. – olhei-a.



- Não quero saber disso, garota. – desencostou-se do armário onde se encontrava e andou na minha direção. – Disse para você não entrar no meu caminho.



- Mas eu não estou no seu caminho. É você que está no meu, Stéph. – não esperei por resposta e comecei a andar novamente, mas Stéph me puxou pela mochila.



- Não terminei de falar. – seus olhos verdes estavam em chamas.



- Mas eu sim. – olhei para sua mão que estava na minha mochila e voltei o olhar para ela. – Quer fazer o favor de soltar minha mochila? Preciso ir para minha sala.



Stéph, de má vontade, soltou minha mochila e apontou seu indicador para mim. Abriu a boca para falar algo, mas desistiu. Dei às costas para ela e caminhei para a sala de aula.



***



As aulas foram um saco, o intervalo foi um saco, meu dia foi um saco. Eu já estava cansada de tanto Joseph me olhar, de tanto Sam falar asneiras e de tanto ver Stéph bufar para o meu lado! Que incrível, agora sei que aquele vulto que me observara no meu primeiro dia de aula era ela.



Quando cheguei à minha casa, não quis comer nada, encaminhei-me rapidamente para meu quarto e nenhum vestígio de Lucy. Pus a rosa branca em um vasinho com água do lado da janela e sentei na poltrona que havia do lado dela. Olhei para a rosa, lembrei de Joseph, inclinei-me na sua direção e peguei-a. Senti seu perfume e pensei novamente em Joseph – sem querer.

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Unknown Says:

nãããããããoooooo!!!o capítulo terminooooouu.buuuaaaáá
eu vou lhe denunciar por tentativa de assassinato
por curiosidade.buuaááá!
quando é que vem o proximoo?

meus parabens viuu! mto boom mesmuh!

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